Passou a manhã toda montando
O presente que vinha esperando
Ganhou o telescópio oportuno
Para ver de Marte até Netuno
Aquele era o dia correto
Para ver planetas de perto
Os jornais e rádios anunciaram
O que astrônomos calcularam
Espetáculos siderais estavam programados
Com asteroides e cometas por todos os lados
Bastaria olhar para o zênite
E achar uma estrela cadente
Terminou de encaixar no tripé
Pegou sua mochila e deu no pé
Chegou na escola rápido como um foguete
Contudo o tempo para o fim parecia gigante
Flutuando em seus ansiosos pensamentos
Julgava estar dentro de um buraco negro
Então praticamente gritou, já farto de tantos aborrecimentos:
Ainda quinze pras cinco? Dessa forma eu não me alegro!
Até que finalmente tocava o tão aguardado sinal
Voltou correndo para casa em seu plano orbital
Passando as horas, chegava a noite especial
Seria possível ver até mesmo, a estação espacial
Porém uma revolução na atmosfera
Encobriu por completo a esfera celeste
De nada adiantou toda essa espera
Já que agora chove de leste a oeste
Mas que triste fim dessa cosmologia
Pena que foi uma noite tão nebulosa
Talvez possam culpar a meteorologia
Por não prever uma chuva misteriosa